segunda-feira, 10 de maio de 2010

- Palpitação.


- Um tempo para olhar pra outras direções. Sentir novamente aquele frio estranho, aquele medo estranho, aquela dor estranha. Acordar novamente às 6 e não mais dormir. Dormir novamente as 10 e não mais acordar. Sonhar que tudo podia ser diferente e acordar na mesma. Sonhar que tudo podia ser o mesmo e acordar no diferente. Pra levantar minhas mãos, pra desistir. Isso poderia ser melhor pra mim? Pra levantar minhas mãos, pra lutar. Isso poderia ser melhor pra mim? Acordar em outra cama, com outro dia pela janela, com outro amor pelo peito. Arregaçar as mangas e gritar que o mundo é pra ser diferente, é pra ser vivido e aprendido. Fugir de novo, praquele canto que ninguém procura, praquele lugar que você sempre quis fugir. Isso é o suficiente? É suficiente o gosto de vinho na boca, o cheiro de vinho pelo corpo, o desprazer de se ver ao contrário?! É o suficiente chegar lá?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

- Um pouco de tempo.

- Eu não me importo se estou caindo em uma selva escura e sombria novamente, porque enquanto eu ainda respirar, conseguirei forças para cortar todas as folhas que porventura tentarem me derrubar, e serrarei cada galho que cortar minha pele com a dureza afiada de seus movimentos. Eu sento na minha cadeira, abro minhas folhas antigas, vejo que o pó tentou destruir um pouco a minha imagem antepassada, tão desbotada, tão descolorida, tão mesquinha. Eu me lembro, eu era um tanto egoísta, um tanto mantenedor de sentimentos obscuros, falhos, mas que sempre me protegeram de um viver mais realista. A realidade não era minha amiga, muito menos minha companheira e eu era, em si, feliz. Hoje, com ela ao meu lado, provando mais uma vez do meu cálice de vinho tinto, já mais que amargo pelo tempo, eu entendo que ela nunca mais irá me abandonar. Estará aqui, todos os dias, quando eu acordar e olhar novamente o ventilador que roda no teto. Estará aqui, todos os dias, enquanto eu sentir a água morna que o chuveiro deixa cair sobre mim. Estará aqui, mais do que nunca, quando novamente esse coração for apredejado, arrastado sem perdão por uma rua vazia, um gueto, e por lá for deixado por qualquer razão, enfim, desalentado. Ela estará lá, não pra ajudar, mas para assistir, como sempre faz, enquanto qualquer outra coisa entra em ação. Ela estará lá para mostrar que a ignorância, às vezes, é o melhor remédio. Bendito os ignorantes, porque deles será a felicidade completa, já que de amor não entenderão nenhum terço. Enquanto isso eu fico aqui, com a maledicência de um sábio louco, rouco, pouco que se esconde dentro de qualquer feixe de escuridão para nunca mais sair e, por enquanto, com uma última gota de esperança, sentindo o ar que entra em seus pulmões, quer acreditar que algo aqui ainda é real e verdadeiro. É, se precisa acreditar!

PONTO!

- Você aprende.

- Adianta ficar parado na mesma? A gente percebe que tudo o que a gente precisa é procurar mais a fundo. Mudar depende só de você e, embora na maior parte das vezes doa, é algo que sempre ramifica o que se pode construir. Você vive pra isso, pra mudar conforme suas necessidades, pra congregar com todas as suas motivações e finalizar com a linha que sempre quis seguir. Você muda de vontades, de gostos, de roupas, de mundo, mas parece que você nunca muda. Tudo parece na mesma, com a mesma intensidade, com a mesma desconfiança e insegurança de que amanhã alguém, novo, vai trapacear de novo e te fazer ficar por baixo. Você tem que aprender, e é assim que justifica todas as falhas. Você ouve repetidas vezes a mesma música que te anima, sai com os amigos, bebe, mostra o lado mais idiota que você pode ter, e alguns deles ainda te amam assim. Você seleciona, você chora, você grita, você vê e no fundo, você nem quer mais saber. No fim, você descolore a vida depois de tantas mudanças, se entitula como o VENTO e vai pra onde a brisa te levar. No fim dos fins você termina tudo, coloca um cadeado no seu baú e deixa as coisas pra fora. No fim você vê que já passou. Você já passou!