sábado, 8 de outubro de 2011

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- A pergunta ainda é a mesma daquela feita por este poeta quando o mundo resolveu parar. As lágrimas que madrugam insistem em me visitar a cada noite de cada tempo e, a cada escuridão que a terra traz, elas insistem em brilhar escondidas no fundo mais enfurecido do desespero... Do desespero de viver. O hálito longínquo do vinho barato não é mais tão assustador, muito menos a fria sensação de solidão, vasta como uma estrada vazia em uma noite vadia, em qualquer espaço de imensidão. Hoje eu sei, que talvez, os meus braços não possam segurar tanto quanto eu queria. E, hoje eu sei, que talvez, as minhas pernas não carreguem nada a mais que lembranças, que descasos, que minha parte inteira... E que, talvez, eu seja apenas vento, como aqueles que passam desapercebidos, mas que de tão suaves marcam a pele e levam um pouco de alma. E sentir-se assim, com essa pura liberdade crua, com essa grande inconstância e enfermidade, com esse peso e essa leve sensação de prazer, traz ao vento o que ninguém nunca imagina. E ele venta, e venta. Cada vez mais tímido, cada vez mais fraco, cada vez menos entusiasmado... Mas venta. E é no ventar que ele é diferente. O vento se difere ao ventar. O vento vive ao ventar...

PONTO!