domingo, 25 de dezembro de 2011

- Mente.

- E nessa noite tudo o que eu posso ver é uma luz quente que envolve o quarto, me afastando por algum tempo de todas as sombras que insistem em bater à porta. A visão da cidade alta que acomete os breves momentos de nostalgia se mostra presente e a alma parece permanecer lá, abandonando um corpo um tanto quanto esgotado pelo medo. É como se a pele saltasse para algum lugar distante, algum lugar intocável, e logo após fosse arrastada de volta ao chão. Pregos se cravam nos pés, pregos se cravam nos ombros e espinhos rasgam os músculos. As mãos desesperadas de quem não tinha o que sofrer, agora salientam o sabor de mais uma noite insone. E o céu, obsoleto em sua observação, só faz piscar mais uma de suas estrelas, buscando de forma irrelevante destinar esperança para os não alentos, buscando desatrelar tudo aquilo que foi unificado. É muito tarde para chamar por alguém agora, talvez alguém que já houvesse se importado, é muito tarde para gritar, chorar ou reclamar. É hora de ficar em silêncio... No silêncio da noite. No silêncio do vento da noite.


PONTO!