quarta-feira, 31 de agosto de 2011

- Um pequeno pedaço de monstro...

- Fez-me algo como um objeto, como uma construção que eu não mais alimentava. Instigou os olhos, molhou o coração e enxarcou todas as idéias conturbadas de mundo, de ventos. Longe de tantos, perto de um único. Íntrinseco como um pequeno vinho em uma garrafa, ou um chocolate que se derreteu pelo caminho. Perto como um animal não muito sonoro, quase estático. E enquanto a luz entrava, e os cantos escuros se iluminavam, e os medos se partiam, e os pés pisavam com mais intensidade. E quando o fôlego já não era mais único, mas sim dividido. E quando tudo continuou... Enquanto a chuva caia e o rosto era lavado, os pulmões quase não respiravam e o mundo caminhava ao longo de uma estrada tão finita, olhos azuis como o meu coração transpuseram meus direitos. Olhos azuis como a chuva, voaram com o vento, criaram com o vento, e ventaram. E as palavras que com o vento voaram, criaram orvalho, criaram medo, criaram harmonia. E o que eu posso fazer é guardar um pouco dessa chuva, pra molhar o coração quando ele quiser secar. E, por enquanto, até que uma longa tempestade caia e me faça caminhar pelo desconhecido, por uma vida cheia de novas gotas e raios, é o que consigo fazer... Eu só posso guardar a água dessa chuva.

PONTO!