segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

- Perfeição.


- Mais uma vez, mais uma noite, mais uma vez todas as coisas. É como se tudo se prendesse de uma ponta a outra e você sentisse aquela sensação que nunca consegue explicar a ninguém. Periódicamente dói, dilacera, estraçalha e você não consegue manter a força. Você se crucifica e remaneja tudo o que não precisa. E quando vê já remanejou até o que não devia. Hoje você olha pra um espelho embaçado, escreve palavras insossas para amenizar tudo o que se perdeu. Hoje você se lembra de pedaços de memórias que talvez nunca tenham pertencido a você e, talvez, você nunca tenha tido memórias pra guardar, apenas desconstruções de planos imperfeitos feitos apenas por você. Você está só, como sempre esteve e nunca entende porque a necessidade de ter alguém ao seu lado, que seja seu amigo, seu irmão, sua cria. Leve minhas vísceras malditas ao inferno, porque lá deve ser melhor do que o longo caminho que se sinta. Leve minhas vísceras expostas ao nada, ao abismo, ao infito desbunde. Hoje, não mais do que hoje, muito menos amanhã, os abraços não fazem mais sentido, não fazem mais tranquilidade. Hoje, não mais do que hoje, os amigos se tornam inimigos, as desavenças se tornam rumores e sua vida se torna nada. Ou talvez, nem se tornou algo, apenas nunac foi. Hoje, não mais do que hoje, a perfeição foi jogada por todas as pessoas em cima dos seus ombros, e, isso, você não precisa e, talvez, nem seja capaz de aguentar.

PONTO!

sábado, 22 de janeiro de 2011

Aceitação.


- Essa tela branca que me consome todos os dias, que me borda de todos os jeitos que eu sempre componho e recomponho, com todas as cores esquisitas e frias, com todas as coisas esquecidas, com todas as pinturas que foram deixadas de lado. Hoje eu escolhi não ser menos do que eu sou, hoje eu escolhi não deixar de olhar pra tudo o que já se foi e sorrir, sorrir pra dor, sorrir pro medo, pra frieza das palavras, pro choque das decepções. Hoje eu decidi sorrir porque eu sempre soube como o meu destino estava selado à isso. Me sinto de volta ao corpo, não com todos os anos que me consumiram, mas com todas as simplicidades que quis ter. Hoje me sinto pronto, com muito no coração, mas pronto. Hoje eu começo a partir mais uma vez, pra uma última viagem, pra uma última conexão com o que hoje eu conheço. O desconhecido me espera novamente, sempre foi assim. Alguém sem raízes, alguém sem galhos, ramos ou folhas. Alguém completamente nú, em carne crua, pedra bruta, descascado, desapropriado como sempre. Hoje eu não me sentirei menos do que eu sou, hoje eu lembrarei de tudo e me sentirei bem. Hoje não ligarei em ser repetitivo, e espero que o seja, pois talvez assim as pessoas entendam como são hipócritas e fúteis, quando perdem coisas que amam por pensarem em imagens, em coisas que precisam fazer. Esquecer de ser feliz e procurar felicidade em coisas menores. É, vocês não fazem isso certo. Agora eu entendo, e agora estou pronto. Sim, agora estou pronto!